Um novo Primeiro Dia

Chegou ao fim o meu primeiro dia aqui trabalhando na nova família. Bom, mas como só agora estou parando e entrando na internet começarei pela chegada. Ia postar as fotos dos meus últimos dias e andanças por Dublin mas deixo isso para depois.


Cheguei na quarta e iria dormir na casa da Mãe da Fionnuala (se lê quase como “vanilla”, esses nomes irlandeses ainda são uma praga pra mim) e encontraria a família que está chegando de viagem logo de manhã, mas houve um atraso no navio e eles chegaram apenas de noite (próximo das 22:00). Então eu praticamente ganhei o dia sem trabalhar. Minha maior preocupação foi desempacotar todas as minhas coisas e arrumá-las no novo quarto. Parece que fiz milagre, mas coube tudo sem maiores problemas. 

 Na saída da outra casa, na chegada nesta aqui. 

Mais do quarto e à direita uma foto da varanda aqui. Perto do mar é pouco! ;)

Após algum tempo sem fazer nada resolvi que iria dar uma passeada em Blackrock que é o vilarejo próximo (bem próximo mesmo, coisa de 10minutos andando devagar) mas não é que a chuva me pegou? Tomei um banho HOMÉRICO de chegar em casa pingando. Resolvi que não iria esperar eles assim e tomei banho. Banho frio. O aquecedor não estava ligado por eles terem passado duas semanas na França e eu não tinha a mínima ideia de como ligar ele ou onde seria isso (cada casa é diferente). 

Eu completamente molhada e muito cansada de correr (preparo físico zero).

Reparem como a maré muda toda a visão do local quando ela recua! São quilometros! Isso porque o terreno é plano e então o vento que decide até onde a coisa vai. A proporção do homem com o cachorrinho aqui embaixo dá uma noção de quão grande isso é. Só comparar com a foto da cadeira ali em cima pra ver como o cenário altera completamente.


Bom, eles chegaram e foi aquela coisa de desempacotar tudo, afinal eles fizeram caminhos voando, de barco e de carro, muitas coisas foram levadas e mais ainda compradas. Não ajudei quase nada porque o Donnchadh (se lê algo como “dônak”) não me largava, queria mostrar tudo, brincar comigo e tudo mais. 
Logo depois a prima da Fionnuala chegou e todos ficamos conversando e tomando vinho. Sim. Vinho com a chefia no primeiro dia aqui. Eu fiz a babá padrão e disse que não ia beber, eles insistiram e aí não há como negar um vinho bom recém chegado do sul da França, né? Hoje eles ficaram insistindo, mas me mantive firme no "só quero água". hahaha
 Parte de trás da casa.

Era para eu ter feito ele dormir, mas ele queria a Mãe dele para ler as histórias, fui solenemente negada com um “I love so much my mommy that I want her with me all the time” então tá justificado. Todo mundo foi dormir, no máximo, 01:00 o que é bem incomum pelo que ela me disse. 
Hoje ele acordou quase meio-dia, mas eu já estava na cozinha lá pelas 11:00 porque também dormi um montão. Tomei café e uma vizinha veio tomar chá com a Fionnuala, esta vizinha conhece o Brasil (amou) e disse que eu preciso fazer pão-de-queijo. Não adianta, essa nossa iguaria é apreciada por todo mundo! Amo! 


Já percebi que o Donnchadh é difícil de fazer comer. Já no café ele tenta fugir, mudar de assunto, sair correndo com o patinete. No almoço ele comeu um pouco melhor (pudera, eram quase 16:00 e tínhamos passado umas três horas brincando na praia) e então brincamos de quebra-cabeças. Eu apanhei para montar um de 100 peças nível para crianças com um mapa ilustrativo do Canadá! 
Pouco depois das 17:00 o pai, Michael, que trabalha em casa, disse que tomaria conta dele então fiz o meu terceiro café do dia e vim para cá escrever e responder e-mails. A mãe, na entrevista, me disse que não gosta de computadores e celulares rolando no horário que eu cuido dele (óbvio) então eu dou apenas olhadinhas rápidas. 
Imaginem tocar piano olhando o mar. É. 

Falando nisso, vou ter que mudar minha operadora de celular. Voltarei para a merda conhecida como Vodafone porque aqui a O2 não tem sinal (tem umas montanhas então complica bastante). Ok, aqui usarei o 3G quase nunca, mas é um saco pagar o mesmo tanto por uma internet pior e com menor limite mensal. Vodadone: a TIM da Europa. 

Acho que é isso. Amanhã, extraordinariamente, ficarei de olho nele por uma ou duas horas enquanto eles vão ao mercado. Provavelmente vamos às compras mais tarde. Se o tempo ajudar aproveito para comprar umas galochas porque já percebi que ir pra praia com as minhas botas não é uma boa ideia. 
É, um bom dia que terminará com um jantar delicioso que a mãe da Fionnuala fez. Por sinal, a mãe dela é um extremo de superproteção, sempre com boas intenções, mas é muito mesmo. Eita.

Abri na quarta um livro de blessings e abriu exatamente neste aí. Muito legal e muita coincidência. À direita o Donnchadh na praia hoje. 

Como podem ver, as praias aqui são beeem diferentes do Brasil, essa ainda tem areia (com plantas e MUITAS conchas). Vale lembrar que não é banhada pelo oceano, apenas pelo mar irlandês.

Ps. Tenho várias fotos do Donnchadh mas ainda não falei com os pais e acho que eles podem não gostar de eu publicar elas então coloquei apenas uma que ele não aparece de rosto. Ele é um fofo, super bonito!

Cabô?

Dei uma parada nas postagens porque a mudança está cada vez mais próxima, é daqui dois dias e também porque sai para fotografar super pouco. Ficaram vários lugares para ir, mas nos ocasionais finais de semana que vier para Dublin eu vou neles. 

Flores na O'Connell Strett, a rua principal daqui. Morro de vontade de comprar todos os buquês.

Com meus dias como morado da “metrópole” esgotando as saideiras andam acontecendo entre elas o último McGowans (meu pub preferido) de quinta à noite, afinal agora trabalho na sexta em outra cidade. Porque, como disse ali, até planejo voltar alguns finais de semana para cá ver os amigos, mas durante a semana será impossível mesmo.


Ontem, domingo, algumas pessoas vieram aqui para conversar e passar o tempo um pouco. Acompanhados de tequila. Foi o final do ciclo fechando, inclusive cortando a cerveja por uns tempos (comemorem, fígado e saúde). 

Hoje começo a arrumar as malas, inclusive a que mandarei já para o Brasil. A preguiça me domina, mas não há mais escapatória com tão pouco tempo restando para eu ir. Uma droga essa coisa de mudança, ainda mais que eu tenho muita, mas muita coisa mesmo. 


Vou sentir falta das janelas, dentre outras coisas, do antigo apartamento. Acho tão interessante ficar observando os estranhos na praça, principalmente em dias de sol ela fica cheia de gente. Tem de tudo: de saxofonista aos bêbados que não se aguentam em pé já de tarde.

Enfim, mão à obra! Empacotar tudo e selecionar as coisas que vão, que ficam, que voltam. Tem coisas que são inevitáveis, ficar reclamando delas é opcional. Opção que eu quase sempre escolho, confesso.


Update: como eu tenho tanto entulho mesmo praticando o desapego de uma forma que nunca pratiquei na minha vida inteira? Já dei uma caixa de maquiagem, enviei câmera pro Brasil, não levarei os artigos de papelaria que uso pouco, minhas revistas estão no lixo, selecionei e doarei minhas roupas mais velhas e me livrei dos frascos quase acabando e mesmo assim não paro de descobrir que tenho mais e mais coisas. Há um leprachaun multiplicando as coisas?

Fernandas

"I think he did a little more than let it happen... Charitably... I think... sometimes, perhaps, one must change or die. And, in the end, there were, perhaps, limits to how much he could let himself change." Lucien - The Sandman (v10. The Wake). 



Encontrei perdido no meu antigo e-mail alguns textos de blog antigo, aquela coisa de blog-não-divulgado, quase um diário secreto com anonimato garantido. Comecei a ler e, nossa, como eu mudei. De aparência, de alma, de gostos, de sentimentos. Nem lembro como era ser aquela Fernanda mais sonhadora e com uma certa esperança de que o mundo todo pode mudar para melhor. Meu pessimismo característico até era presente, mas não como é hoje, ele tinha um fundo de fantasia que eu não encontro mais e até acho bobo. 

Meus amigos dizem que foi a faculdade que me mudou, talvez tenha sido mesmo. É inegável que a pessoa que entrou por aquelas colunas da Santos Andrade é outra pessoa, não a que está aqui escrevendo. Não que eu tenha perdido a esperança na vida e no mundo completamente, mas estou cada vez mais racional, pensando meticulosamente sobre as coisas de uma forma até não intencional.

Curiosamente hoje vi duas novas amigas demonstrando um carinho uma pela outra no estilo "olha como eu te adoro", fazendo tatuagens da amizade, coisas assim que me deixaram sem reação. Sério, acho uma coisa tão.. irracional. Na minha cabeça é assim: elas mal se conhecem, como pode haver esse tipo de interação? Será que não é cedo demais pra isso? Será que algo pode ser pra sempre?

Eu tenho minhas melhores amigas, amigas que eu tenho desde criança e que eu sei que sempre serão uma espécie de porto seguro, com elas parece que o tempo não passa e que, no fundo, ainda temos alguma coisa do que já fomos porque é a nossa amizade preserva isso. Agora, se antes era difícil demonstrar o que eu sentia, hoje em dia então eu nem sei direito se ainda sei fazer isso da forma convencional. Não gosto de falar o que eu sinto, acho meio bobo, acredito que seja por isso fotografo tanto. Algumas vezes é a minha única forma de mostrar o que aquilo significa para mim, mesmo que só eu entenda o que eu mostro, mas pelo menos fica registrado fora de mim. Eu não sou fofa ou doce – a menos que seja no sentido de gorda e chocólatra – mas gosto quando as minhas fotos saem leves. Nem parece coisa minha a primeira vista para quem me conhece apenas superficialmente. 

No meu atual momento eu estou tentando ser mais despreocupada, menos desconfiada e viver mais, acho que as cores que eu escolho e até mesmo o que eu fotografo representa isso. Eu não ia escrever esse tipo de coisa aqui, mas se algo ainda me liga àquela outra Fernanda é a nossa imprevisibilidade. Quem sabe a próxima eu seja tão imprevisível que mude até mesmo isso.

Fernanda - aquela de agora.

Alívio

Depois do meu post aflito de ontem e eu ter programado uma viagem em janeiro com as datas e tudo mais, hoje veio o alívio: eu consigo o visto turista por mais três meses até se eu comprovar que tenho dinheiro para me sustentar e mostrar minha passagem de volta.

Alguns postais, meus guias cheios de post-its (amo!), mini garrafinhas de Guinness e o meu estojo/necessaire de ônibus irlandês.

A Garda do setor de imigração daqui é muito eficiente! Mandei um e-mail para eles e na segunda de manhã cedo eles já haviam respondido, depois respondi o que eles me perguntaram e em menos de trinta minutos depois eles já me responderam novamente. Eficiência linda! Ainda mais quando o e-mail volta com ótimas notícias.

Sendo assim provavelmente voltarei apenas no final de março para o Brasil, somente depois de conhecer consideravelmente bem pelo menos três países que eu escolhi: Inglaterra, França e Itália. São planos distantes ainda, mas agora fico menos receosa com o tempo correndo.


Hoje fui na Carrolls, a melhor loja de souvenirs irlandeses (amo e quero tudo!), comprei alguns postais e algumas coisinhas pequenas. Enviarei apenas alguns postais agora e as lembrancinhas eu vou embalar e mandarei para o Brasil junto com algumas coisas porque me conheço e sei que três malas serão pouco para quando eu voltar.

Detalhe macro da tampinha das mini garrafas de Guinness. Foto tirada com a lente macro para iPhone. Continuo sem minha lente "do kit" da câmera. :(

Boas notícias para começar a semana! No fim, mais uma vez, as coisas deram certo. Quem sabe seja a hora de eu parar de negar essa coisa de que há sempre uma tendência às coisas se acertarem.

Fernanda

Sem desculpas

E agora a água está batendo na bunda. Preciso remarcar minha passagem para o Brasil, estava tudo certo na minha cabeça: trabalho até o meio de fevereiro, vou viajar e volto no meio de março apenas para pegar minhas coisas e partir para o Brasil. O problema que se apresentou é simples, mas eu ainda não havia pensado nisso: meu GNIB (visto de estudante) é válido apenas até o final o dia 4 de fevereiro aqui na Irlanda.


O problema é que eu disse para meus chefes que fico até meio de fevereiro, mas agora teria que ficar até, no máximo, final de dezembro ou começo de janeiro para poder passar um tempo viajando sem precisar me preocupar com visto em países porque acho complicado eu, ainda sem passaporte europeu, viajar e depois voltar novamente para a Irlanda sem permissão prévia. Sei que posso conseguir um visto de turista depois, mas isso vai, também, do humor do pessoal quando você chega (aqui a permissão de entrada não é prévia, eles dão no aeroporto e pode varia: uma semana ou um mês). Teria toda a documentação no estilo: fio, eu só estou aqui até o dia tal para pegar meu voo de volta. O problema é se vale arriscar que eles me deixarão entrar.

Complicado demais, porque os problemas são financeiros (dois meses de trabalho a mais geram uma boa quantia para viajar) e de consciência (sei que ficarei muito sem graça de avisar que tenho que sair bem antes do combinado verbalmente). Fora que terei de escolher os países que quero (e tenho condições financeiras) de conhecer e sei que eles serão numericamente bem menores do que eu pretendia.


O que eu sei é que se eu fizer aqueles mochilões numéricos (mil países em pouco tempo) ficarei extremamente insatisfeita porque o legal para mim é conhecer bem os lugares. Não fico com aquela inveja de quem faz 15 países em duas semanas, no fundo não se conheceu nenhum, você apenas esteve neles. Entretanto o sentimento de frustração é inevitável ao ter que escolher para onde eu vou, ainda mais por não querer fazer a coisa mais turística que é mais barata (gosto de andar pelo local, fugir dos roteiros mais comuns e tenho certo pavor à ônibus turismo).

Sei que terei a vida toda para voltar e conhecer aqui melhor, mas é complicado fazer essas decisões trágicas de “ou esse ou aquele” e deixar de lado coisas que eu sempre quis. E ainda tem toda a coisa com a família que está me deixando inquieta, afinal, eles contam comigo até uma certa data.


É, começaram minhas preocupações para a volta e se bem me conheço isso irá me deixar sem pensar em nada mais por muito tempo.
Fernanda

Casino Marino

Deixei minha lente para avaliarem se eles conseguem trocar a baioneta e quanto que sairia isso, então muitas das fotos que eu vou postar do Casino Marino foram tiradas com o celular ou com a 70mm-105mm o que diminui – e muito – as fotos mais amplas porque eu tinha que ficar absurdamente longe para conseguir uma foto de um local maior. 

O Casino Marino me ganhou. Fiquei apaixonada de uma forma pela arquitetura do lugar que brinquei com a guia que queria reproduzir aquela casinha para mim (Casino = pequena casa em italiano) mas no fundo não era brincadeira. Ela parece um templo de fora, pequeno e compacto, mas por dentro tem 16 cômodos e é uma coisa linda. Infelizmente só soubemos (eu e Nadya) que poderíamos tirar fotos lá dentro quando estávamos no último cômodo (haviam avisos para não tirar fotos e não arriscamos já que éramos nós duas e a guia apenas). 




Essa foto eu tirei com um programa que faz fotos 360 graus no iPhone. Clica que ela fica maior! Adorei o resultado, mesmo sendo a primeira que eu tirei e é certo que virão outras.

O Casino tem uma arquitetura clássica maravilhosa e é absurdamente harmônica no sentido de ser equilibrada e proporcional. O que tem de um lado tinha do outro, simetria ao máximo, mas isso tem algumas consequências estranhas como portas escondidas, portas que não levam a nada e pedaço de cômodos vazios e sem utilidade.
 


A decoração é linda e muito limpa, eu facilmente moraria lá. hahaha O interessante é que ela nunca foi habitada, ela era uma casa de repouso, quase que apenas um adereço para o jardim do Lorde Charlemont. Ela foi projetada de uma forma que tudo lembrasse os países que ele tinha conhecido, em especial a Itália.

 Os leões, por exemplo, são do Egito e lembram que o Lorde conheceu lá.

A casa é cheia de pequenos detalhes que lembram coisas pelo mundo, há muito bom gosto, mesmo agora ela estando meio limpa já que muitas das coisas foram sendo vendidas depois que o Lorde morreu.
Ele foi "mandado" viajar pelo causa do seu padrasto, com quem ele não tinha uma boa relação, porque ele estava tendo uma vida muito boêmia, vivia bebendo (ê, Irlanda, você faz isso com todo mundo) e esta não era uma boa conduta para um Lorde. Inicialmente ele passaria 2 ou 3 anos no máximo viajando, mas ele pegou tanto gosto pela coisa que ficou 9 e só voltou porque tinha compromissos com o título de nobreza que herdara. 


Os ratinhos ali em cima fazem parte da tour especial para crianças. Por ser difícil de explicar para muitas delas alguns conceitos de arquitetura e para que servia cada cômodo, eles desenvolveram uma tour fantasiosa que conta que na casa viviam vários ratinhos e a explicação se desenvolve a partir disso. Achei muito legal, confesso que queria ter ouvido a explicação para crianças também. 


A pequena casa não tinha um grande objetivo, ela era usada para decorar o jardim gigantesco à beira-mar (hoje em dia é longe, mas em algumas pinturas lá percebemos que ela era muito próxima ao mar mesmo), fazer festas, se esconder da chuva (a casa principal era um pouco longe), enfim, futilidades de nobres. Haviam caminhos subterrâneos que a conectavam à casa principal para que os criados não poluíssem a paisagem linda do jardim andando pra lá e pra cá (oi!? hahaha).
O Lorde tinha uma coleção de muitas peças dos países que ele conheceu, mas elas foram vendidas, a única que sobrou é esta arte grega acima, na direita. A historia de como ela ainda está no Casino Marino é bem interessante: um dia uma senhora estava visitando o jardim com o cachorro e ele começou a fuçar na grama e encontrou a placa. O Casino Marino deve ser eternamente grato a esse cão.


Mais alguns detalhes, os de cima são do "quarto" principal que quase nem era usado. E abaixo é do hall de entrada que foi feito para lembrar o teto do Panteon. Ele dá uma sensação de que a sala é enorme quando na verdade é bem pequena. Na foto dá para perceber que existem três portas, mas na verdade uma é fake e foi construida apenas para ficar simétrica com as outras duas. A do meio dá para uma sala (linda!) de jantar e a da esquerda é para a biblioteca.
Não sei nem como começar a descrever a biblioteca porque eu achei ela fantástica. É pequenininha, não há muitos livros agora ali, e era também chamada de quarto do zodíaco porque no teto todos os símbolos dos signos foram esculpidos. Lindíssimo. A guia nos disse que costumava haver um grande quadro pintado com o céu no momento em que o Lorde nasceu, mas foi vendido. Deu para perceber que ele gostava de astronomia e astrologia (não havia grande diferenciação na época) e que ele realmente acreditava que aquilo seria uma ciência do futuro. 


Na saída encontramos um esquilo bonitinho, aqui eles não são muito comuns como em outros países então as fotos ficaram bem ruins (no Canada, por exemplo, eu tirei um monte e ficaram bem melhores, os esquilos deixavam chegar perto, esse aqui era bem 'arisco'). 

O passeio é muito barato e custa apenas €1 para estudantes. Eu gostei tanto que penso em ir lá de novo com uma lente fisheye para mostrar melhor como é, afinal vai que eu ganhe na loteria e possa reproduzir isso um dia? *sonhando alto*

Como sempre faço quando estou com a câmera, fiquei tirando algumas fotos aleatórias das ruas e vitrines por aqui enquanto voltava para casa. Não sei se alguém acha interessante, mas eu gosto muito de vitrines, mesmo que não entre comprar nada no local. Meio coisa de quem gosta de decoração, eu acho. Os detalhes que eu coloquei aqui hoje (bule de chá de vidro, colar de pérolas e a câmera que não está à venda) me chamaram atenção demais. 



É isso. O dia estava estupidamente quente e isso me desmotivou um pouco a fotografar ou ficar fora de casa, vim quase que correndo para cá para tomar um banho e colocar um pijama. Quase bebi uma cerveja, mas a preguiça de sair comprar também contribuiu para a minha "uma semana sem álcool". O resumo do dia foi legal, usei a lente que eu quase não uso e conheci um lugar que eu amei em uma companhia muito agradável (obrigada Nadya, mais uma vez!).
O único porém foi meu oxford de veludo vermelho comprado no Brasil que estava me acompanhando até agora, mas que terá que ser aposentado porque estragou e para arrumar seria complicado porque teria que colar e costurar e ficaria feio. 

Sente a cara de felicidade desse clima dos infernos. Quero frio, Irlanda!

Até a próxima que não sei quando será. 
Hoje, sábado, o dia está bonito, mas eu estou com muita preguiça de ir para algum lugar. Sei que irei me arrepender disso quando não estiver mais aqui, mas está parecendo uma coisa muito legal passar o sábado em casa ouvindo música e fazendo pequenas besteiras. 

Fernanda

IMMA - Irish Museum of Modern Art

Continuando o dia de ontem vou colocar umas fotos do IMMA – Irish Museum of Modern Art. Gostei desse passeio, estava um dia muito bonito, com bastante sol e o os jardins estavam cheios de velhinhos e crianças. Me sujei consideravelmente já que mesmo com sol havia chovido nos últimos dias então a grama estava ainda úmida, mas eu, logicamente, tinha que tirar foto de flores pequenininhas, tentar um ângulo meio diferente e então me joguei no chão várias vezes. 


O Museu é novo comparado aos outros, ele foi inaugurado no começo da década de 90, mas o prédio que o abriga é o do antigo Royal Hospital Kilmainham. Há visitas guiadas pelo prédio, mas não havia nenhuma em um horário próximo ao que eu cheguei e o prédio está em reformas então nem me animei para conhecer por dentro.


Eu passei quase toda a tarde nos formal gardens porque, sendo bem sincera, prefiro arte mais clássica e já estava bem cansada por ter dormido pouco (e mal) e ter feito toda a visita à prisão sem ter comido nada. Confesso que nem dei bola para a maioria das coisas que eu vi lá. Escultura nunca foi o meu forte, sou mais fã de pintores, e escultura moderna então eu não conheço quase nada.

Acho que essa é a única foto de esculturas modernas que eu registrei.

Fora isso, jardins sempre são uma ótima oportunidade para fotos. Sempre adorei fotografar flores, gosto de detalhezinhos. Não a toa que na minha Pentax k1000 sempre está a lente macro. Então não tem como fugir disso no post de hoje, inclusive porque ela foi comigo, mas quero revelar os filmes apenas quando voltar para o Brasil. 


As fotos agora são dos jardins. É lindo demais e não são superlotados, como dá para ver. A maioria das pessoas devem morar nas redondezas porque o que havia de crianças e carrinhos era notável, mas o estacionamento estava quase vazio. Aqui na Irlanda é assim: o sol apareceu? Corre para o parque!

 Maldito poste que atrapalhou a foto. Só consigo reparar nele na foto. Grrr


Isso não está meio estranho? Já deu pra perceber a contradição? No Museu de Arte Moderna o jardim é lotado de arquitetura e estátuas clássicas. Quem sabe até por isso eu gostei tanto de lá. É como se ele fosse um pequeno labirinto que desemboca em esculturas. Chegou uma hora que eu não lembrava direito dos lugares que já tinha ido ou não. 



Uma parte do parque estava em manutenção, estavam cortando a grama. Acontece que nessa área ficavam a maioria dos canteiros de flores. Pois eu, sem vergonha alguma, entrei ali mesmo escondida já que eles estavam em outra área ao lado. Haviam alguns pássaros ali e isso me chamou a atenção, quando eu fui ver o que eles estavam fuçando encontrei macieiras! 
Olha que idéia legal que eles tiveram: ao invés de colocar aquelas plantas normais nos muros eles colocaram grades e macieiras. Na foto abaixo, à esquerda, dá para ver como isso funciona. Eu achei demais, tirei um monte de fotos das maças e no final, gulosa e faminta, acabei pegando uma vermelha e uma verde para experimentar depois. A maçã verde é mais doce que a vermelha, mas pode ser que a vermelha que eu peguei ainda não estivesse madura. Não fiquei muito tempo ali porque uns guardas passaram e eu tive que me jogar no chão pra me esconder. Depois disso sai de fininho.


Nessa última foto, à direita, tem a maquina usada para podar os labirintos. Para mim foi uma novidade, não sei se por desconhecimento ou burrice antes disso eu achava realmente que era manual a coisa, ou no máximo com um uma máquina manual, igual era usado no jardim lá de casa.




Tinham muitos caramujos/caracóis naquele jardim, mas eu só passei a reparar neles depois que vi essa gosma nas flores e comecei a investigar o que poderia ser aquilo. Quando os vi, escondido embaixo das folhas, é que eu entendi: eram eles que iam até a ponta das flores.



Falando novamente de estátuas, as que eu mais gostei ficam logo na entrada, até meio escondidas e são os anjinhos gordinhos. Tinha um lendo/escrevendo que eu me encantei, bem bonitinho.




Esse post parece até meu antigo flickr onde eu só postava coisas em macro, mas eu acho que melhorei um pouco nisso, mesmo com todo aquele malabarismo infernal para a lente estragada. Gostei de andar pelo IMMA em um dia ensolarado. Depois de morar em Dublin você percebe que o sol é algo que deve ser aproveitado algumas vezes. Continuo preferindo dias bem frios e chuvosos, mas um pouquinho de sol é bom, nem que seja para fotografar.

Aqui alguma das fotos que eu tirei na rua vindo para casa. A primeira é uma intervenção com stickers que eu já vi várias pela cidade, eu chamo de "monstrinhos do pacman" porque é o que parece pra mim. Tem vários estilos, vou tentar ver se encontro os outros e posto depois. Gosto de lembrar dessas coisas. 

Não tenho a mínima idéia do que é isso, parece uma faculdade, mas não era movimentada para parecer, realmente, uma.

Nessa região fica a Heuston Station que é uma estação de trem enorme. Acho que ela só é menor que a Connolly Station. E o mais bizarro: as duas maiores não se conectam entre si apesar de serem "próximas". Vai entender... O local é sempre movimentado com carros, luas (um trem urbano, meio metro, é esse da primeira foto abaixo), taxis e pedestres. 

  É tipo um lixo para roupas velhas, você coloca ali e eles recolhem. Se bem me lembro é do Instituto de Câncer de Mama aqui da Irlanda.


Acho essa rua muito bonitinha! Não é muito fácil encontrar ruas amplas assim em Dublin. Ela é caminho para o Phoenix Park e é cheia de pubs e hotéis. Ao fundo, aquele prédio espelhado, é o Criminal Court daqui. Boatos que você pode ir assistir julgamentos, mas eu me enrolei e ainda não fui em nenhum.

Bom, era isso. Ainda não decidi onde vou, são menos de 15 dias para eu me mudar e tem bastante coisa que eu quero ver. Lógico que depois ainda volto par Dublin, mas será mais para rever os amigos e tudo mais do que pra fazer turismo. Pra variar eu deixo o tempo estar quase no fim para começar a fazer isso. 

Até mais.
Fernanda

Adoro fotos de bandeirinhas. Percebi que sempre que posso eu tiro foto delas. hahaha