Vencendo a preguiça


A verdade é que eu tenho preguiça. Eu poderia inventar duas mil desculpas, dizer que estou ocupada, vivo cansada e tudo não seria mentira, mas o maior motivo que não tenho escrito é preguiça. Começo o post de hoje domingo ao meio-dia ao som de Marcelo Camelo. As fotos são da minha primeira "caminhada" na estrada que leva à Dundalk. Fui parando e tirando foto das coisas então não foi bem uma caminhada. 



Detalhe para o "dandelion" que aparece no primeiro quadradinho. É no mesmo estilo do comum: você assopra e voam as partes, mas ele é enorme! Eu nunca havia visto um antes assim, então chamo de big dandelion, lógico que deve ter outro nome, mas pra mim é esse. Na foto abaixo (esquerda) um detalhe de uma das plumagens que ele solta. Eu achei o máximo.
Outra coisa, ainda nos quadradinhos acima é a lesma. Putz, aqui tem demaaaaaaais. Elas e caracóis estão em todo lugar.


Para tirar essa foto na direita foi um sufoco. O local é uma reserva, então eu fiquei atrás de uma grade. Até ai tudo bem se um monte de bichos não tivesse tentado me picar. Uma vespa só não conseguiu porque o ferrão ficou preso na calça. Eu digo que sou o azar em forma de pessoa.


Comecei a me exercitar regularmente. Na verdade é bem regularmente mesmo, todos os dias. Sem exceções. Hoje eu estou morrendo de preguiça e como quero fazer esse post acho que vou faltar pela primeira vez, agora é cuidar para não fazer o mesmo amanhã. Eu costumo andar no mínimo 7km/dia ou então pedalar no mínimo 10km/dia. O problema de pedalar é que, bem, eu sou um desastre. Depois de uns nove anos sem andar de bicicleta e acostumada com, no máximo, spinning (aquático ou não) fica complicado. Estou toda roxa, cheia mesmo, contei mais de 18 (DEZOITO!) ontem de noite, isso que ignorei os menores. Já dei de lado num muro, resvalei mil vezes, quase fui atropelada, meu fones foram amassados na correia e muito mais. É, não tá fácil, mas não desisto do ciclismo porque ele me cansa mais que o andar (eu não consigo correr ainda). Não sei quanto estou pesando, não sei se perdi alguma coisa. Não vou me controlar porque se não eu fico freaky com isso. 


Meu companheiro de caminhadas, meu tênis de menininha. Uma pena que ele seja branco porque aqui não tenho quem limpe ele por mim e colocar na máquina vai me fazer comprar outro logo logo então é escova na mão e muita, muita paciência. 




E quando eu viro para o lado olho essa gata me observando toda cuidadosa no mato em meio ao seu banho de sol. "Ei, tem que vir aqui me atrapalhar? Não chegue perto que não quero ter de me levantar e fugir. Miau!". 


Tem muitas frutinhas no caminho, acredito que sejam mesmo amoras e tudo mais, mas ainda não comi nenhuma, um pouco de medo e um pouco de nojo pelo tanto de caracol que existem nessa mesma área.


Estou aqui na nova casa tem mais de uma semana. Tudo vem acontecendo muito bem, até mesmo excepcionalmente bem, não esperava algo assim. O Donnchadh quando está comigo é querido e até muito obediente – quando os pais estão em casa ele vira um mimado chorão e isso me irrita e desespera. Ele é bem grudado comigo, quando vai pra escola e é o pai que o leva ele fica perguntando porque não pode ser eu, quando no final da tarde eu vou caminhar ele pergunta porque não pode ir junto, etc. Isso é bom, pelo menos eu acho, quem não concorda é a avó dele que ficou chateadíssima no primeiro dia de aula (seria ela que o levaria e eu só iria junto para saber onde fica a escola e tirar algumas fotos deles dois). Pois ele só queria ficar comigo, não queria tirar foto com ela, queria que eu que empurrasse o carrinho. Para terem ideia: ele só tirou foto com ela porque eu prometi que depois tiraria uma com ele também. Ficou na cara que ela, extremamente coruja e super-protetora, ficou putamente magoada. 




As minhas malditas aranhas. Aqui elas também são muitas, são pequenas, mas sempre estão dando o ar de sua graça. Eu tenho um medo absurdo delas se não as posso ver. Sabe aquela coisa de estar dormindo e ter uma? É isso que me dá agonia. Se eu vejo uma não tenho medo de ir lá e matar. 

Esse final de semana a Maite iria vir pra cá, mas acabou não dando certo, então fiquei sozinha porque o Donnchadh foi ficar com a avó e os pais foram para um festival de música. Aproveitei o tempo sozinha e o salário e fui ao cinema no sábado ver Brave e chorei que nem uma retardada. Não adianta, Disney sempre será meu ponto fraco, eles sabem como me deixar chorona com coisas simples e bonitinhas. 
Comprei algumas coisas, passeei e voltei para cá. Fiz uma torta e frango e vegetais, coloquei uma música legal, bebi umas cervejas (tava merecendo, e dai que engorda?) e tomei banho de banheiro à luz de velas. Foi algo simples, mas que me deu uma revigorada ótima. Acho que por ter sido tão legal passar um tempo sozinha eu estou meio sofrendo por antecipação com hoje tudo voltar ao normal.


As duas coisas que eu comprei ontem e que eu mais gostei, ambas de um brechó. O colar de pérolas acima foi paixão instantânea, mesmo estando meio velhinho é super bonito e já estou louca para sair usando ele por ai.
Abaixo uma porcelana chinesa linda que eu encontrei baratinha porque estava sem a tampa. Pois não pensei duas vezes e trouxe para ser o meu porta-pincéis de maquiagem (aqueles que eu uso todo dia fica no balcão e os resto em um estojo). Lindo demais!
Mas meu azar foi presente. Vindo para casa a sacola rasgou e ele caiu no chão e trincou. Queria chorar de tanto ódio. Pelo menos não quebrou, mas está trincadinho. Agora é tomar cuidado para não quebrar mais ainda.


É. Tudo indo muito bem, obrigada. ;) 


Ao final da caminhada há uma espécie de observatório. Lá você pode ver os pássaros (aqui é uma das áreas mais propícias a ver animais na Irlanda e na Europa inteira, vi isso em uma placa logo que cheguei). Tem essa estátua ali em cima e algumas placas de homenagens. 


O lugar é, realmente, bem bonito e tranquilo. Muito legal ao final de uma caminhada chegar num lugar assim. O problema é o cheiro. Existem muitas algas em decomposição então é um fedor. Nada insuportável, mas bem longe de agradável. 
Vale dizer que esse lugar dá para observar bem quando o mar irlandês (Irish Sea) encontra o rio Castletown. Daqui da varanda de casa também vemos, mas é mais longe. É bem interessante que mesmo com a maré cheia o rio corta o mar mas não muda o fluxo. Você consegue ver ele correndo cruzando o caminho das ondas. A cor das águas também é diferente, vou ver se um dia tiro fotos disso aqui perto de casa. 


Já deu para perceber que as fotos que eu apareço hoje são uma mais bizarra que a outra (sem maquiagem, sem dignidade, depois de 8km andando). Eu achei essa ai de cima feia demais, mas adorei o reflexo nos meus óculos. Fora que estou com dandelions e isso é sempre uma coisa boa pra mim. ♥
A que está abaixo nem está tão ruim, tirando minha cara de quem tava adorando o fedô que estava por lá. E venta, como venta. 


Ps. Algumas pessoas me disseram que tentaram comentar, mas não conseguiram e eu, realmente, não sei como arrumar isso, já troquei o código e continua o mesmo esquema. Acho que só com alguma das opções de ID que tem ali. Bom, a maioria tem meu facebook (Fernanda Ferronato), twitter (agora bloqueado, mas é o @ferferronato) e e-mail (ferferronato90@gmail.com) então não estou incomunicável.


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